Uma nota pessoal.
Tentativas sucessivas e organizar este espaço como lugar de frequência regular têm gorado, assim como as para lhe dar uma forma e conteúdo que me convençam.
Quem vive em circunstâncias tem dificuldades acrescidas e, entre outras, as da minha vida profissional são um sorvedouro de tempo. E o facto de não me querer confinar ao que no Direito está, nem ao que no Direito são as suas leis.
Os períodos que se convencionam chamar de férias dão normalmente tempo para reflexão, pois criam a distância e são época de balanço. Como nas datas certas, uma delas a da passagem do ano, ou a reabertura do ano judicial, a efectiva, não a comemorativa, a primeira para aqueles, e não é o caso, que têm prazos processuais que se interrompem.
Voltei. Uma semana fora do meu habitat, embora com as obrigações a cercarem-me, como incêndios de Verão, e eis-me desta feita sem planos para aqui, apenas com o pudor de quem prometeu muito e quase sempre faltou.
Veremos o que será possível.
Tenho, para acabar, a escrita de uma monografia sobre o crime de burla. Arrasta-se há um ror de tempo. Ao ler o que escrevi desse opúsculo, pressinto que há ali ideias novas, digo isso, porque não as vi no que li mas seguramente nunca se lê tudo. Como dizia como ironia o meu professor de Direito Internacional Público, André Gonçalves Pereira, por mais esforços que façam para terem ideias originais, há sempre um professor alemão dos últimos trezentos anos que já pensou o mesmo. Vou esforçar-me por levá-lo à estampa. A ideia era o livro ser o continuador de uma série, de que escrevi um sobre o crime de peculato, um outro sobre o crime de participação económica em negócio.
Há outros projectos de escrita, confinados ao campo do Direito.
Este blog, no plano da utilidade pessoal, tinha a pretensão de me obrigar a estar actualizado e atento. Nunca o pensei como serviço público, pois seria uma vergonha maior. Nele reflecte-se apenas o que ando a fazer no planície do Direito. Pouco, como se vê. Nas escarpas da cultura jurídica, ainda menos. Oxalá mude. Luto por isso.
+
Na vida tudo é relativo. Sepultado em Igreja de São Domingos de Benfica, em túmulo de mármore de Montelavar, João das Regras, tem direito de menção aos pés do cavalo de El-Rei D. João I. Ali na Praça da Figueira.
+
Fonte da imagem: aqui.